HISTÓRIA DO FAROL

Sobre o Farol  Cristovão  Pereira, compartilhamos alguns dados, pesquisas e links:


-Recomendamos a leitura na íntegra da publicação de Danilo Chagas Ribeiro, em 11 de junho de 2004, no site Popa, sobre o Farol. A seguir alguns extratos e ilustrações copiados da publicação:


"Localizado na costa leste da Lagoa dos Patos, a meio caminho entre Porto Alegre e Rio Grande, o Farol Cristóvão Pereira está em manutenção. É o mais importante, o mais alto e o mais antigo da Lagoa dos Patos.


Lampejo de alívio:

Quem já navegou à noite sabe da importância de um farol. O navegante vai seguindo na escuridão, orientado por instrumentos, cartas náuticas e outras informações. Nada se vê adiante da proa. Quem nunca navegou à noite não faz idéia do que seja isso. É preciso saber confiar nos dados que se tem. Embarcações não usam faróis para iluminar o caminho. Mantém-se acesas as coloridas luzinhas de navegação para que se possa ser visto por outros barcos (verde à dir, encarnada à esq, e branca à ré). [...] Ao determinar-se que o barco está aproximando-se da área de alcance do farol, fica-se de olho na direção em que se presume que esteja, esperando-se a qualquer momento ver a piscada da luz na escuridão. O primeiro lampejo nem sempre nos convence. É preciso ver mais alguns para ter a certeza de que não se está vendo apenas o que se deseja ver. Mesmo com todos os atuais apetrechos tecnológicos, a luz de um farol é a confirmação mais segura do rumo seguido. É a que traz mais alívio. Não há tela de radar nem GPS que proporcione a enorme satisfação de se enxergar a primeira tênue piscada do farol ainda lá longe. É algo real. Está ali, indiscutivelmente, isto é, não tem bits nem bytes no meio, nem regulagem de ganho de radar, nem a geometria dos satélites do GPS a considerar. Tá lá ele!!! Ali ó... Espera... Ali!


"84 moirôes de ley":
O mal estado de conservação do farol Cristóvão Pereira vinha sendo objeto da preocupação do meio náutico gaúcho, especialmente de navegadores da Lagoa dos Patos, como Emílio Opitz, de Tapes. [...].
O Farol Cristóvão Pereira foi construído na mesma época que o da Ponta Alegre, na L. Mirim, e Bujuru, na L. Patos. Segundo o Comandante Carlos Altmayer Gonçalves, oManotaço, do Veleiros do Sul, o ano de início das obras do farol é 1858. "Em 1859 a torre já estava pronta, e tudo indica que tenha começado a operar em 1886", diz Manotaço, um pesquisador da história da navegação por estas bandas.Vejam só a pérola que este comandante deu-se ao trabalho de enviar aos visitantes do popa:

"....escavou-se o terreno à uma profundidade a encontrar bastante água, estacou-se com 84 moirôes de lay toda a superfície, sobre os quaes engradou-se com vigas de ley na distância de tres palmos de uma a outra, e depois de incavilhadas encheu-se os entrevallos de pedra secca bem calcada: sobre este engradamento levantou-se a sapata de pedra e cal até 10 palmos, e sobre esta levantarão se as paredes da torre e as das meios águas seguindo sempre com a planta em vista. Acha-se presente esta obra com os arcos fechados do 2º pavimento e a receber o respectivo madeiramento, e a 45 palmos de altura acima do terreno...."
(Correspondência do intendente do estado para o vice-rei no Rio de Janeiro, no seu relatório de atividades de 9/março/1859; 1 palmo = 21cm)



Abrigo seguro:
Conforme o Cmte Geraldo Knippling (VDS), autor de livros sobre a navegação no Guaíba e Lagoa dos Patos, [...] "Uma viagem de Rio Grande a Porto Alegre levava dias, muitos deles parados, à espera de ventos favoráveis. Os fundeadouros de Bojuru e Cristóvão Pereira eram um abrigo seguro..." escreveu o autor de "O Guaíba e a Lagoa dos Patos". O livro fornece carta para acesso e preciosas informações sobre ventos, e para fundeio nas cercanias do farol. A casa do faroleiro não existe mais, tendo a operação sido automatizada. As embarcações à vela que transportavam mercadorias e se refugiavam junto ao farol também se foram, mas o farol não deixou de ser importante para a navegação, nem tampouco para a história da navegação no Rio Grande do Sul.





Abreviatura
Significado
Lp.Lampejo curto
B.Luz Branca
10sPeríodo do lampejo (luz e eclipse), em segundos
30mAltitude da luz do farol, em metros
13MAlcance luminoso, em milhas náuticas
(SG)Sem guarnição (sem faroleiro)
Para interpretar símbolos e abreviaturas utilizadas nas cartas náuticas
consulte a carta 12000 da Marinha do Brasil

Características do lampejo do Cristóvão Pereira: Lp.B.10s 30m 13M:
Os faróis e faroletes têm freqüências de lampejo (pisca-pisca) diferentes. Isto ajuda a confirmar que a luz que se vê é mesmo a do farol considerado. As cartas náuticas mostram as características de identificação de cada farol e farolete, seguindo abreviaturas e simbologia padronizadas. Observe na carta abaixo a notação do Cristóvão Pereira e veja o significado no quadro. Depois tente identificar as características do farolete mostrado mais ao norte (uma dica: para a Marinha não existe a cor vermelha, e sim a encarnada)."










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